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12/05/25

Compliance nas empresas brasileiras apresenta maior maturidade desde 2015

A 6ª Pesquisa de Maturidade de Compliance no Brasil, realizada pela KPMG, atuante nos setores de auditoria, impostos e consultoria, ofereceu uma visão holística e abrangente dos Programas de Compliance implementados pelas organizações em diferentes setores da economia.

Contando com a participação de 106 organizações, observou-se que o nível de maturidade do compliance nas empresas do Brasil subiu de 3,07 em 2021 para 3,09 em 2024, em uma escala de 1 a 5, garantindo o índice mais alto desde 2015, quando a pesquisa começou a ser realizada.

Entre os elementos que contribuíram para esse aumento, destacam-se investigações e linha ética (3,3), políticas e procedimentos (3,2), governança e cultura (3,1) e reporte (3,1). Por outro lado, algumas áreas apresentaram níveis abaixo da média. Comunicação e treinamento (3), tecnologia e análise de dados (2,9) e avaliação de riscos (2,8) foram apontadas como pontos que ainda precisam de melhorias.

Os resultados apontam que o setor de Serviços Financeiros lidera o ranking de maturidade do Compliance, com um índice de 3,5, seguido por Governo e Infraestrutura (3,3). Tecnologia, Mídia e Telecomunicações também se destacaram, registrando 3,1. Por outro lado, setores como Consumo e Varejo alcançaram 2,9, indicando a necessidade de maior atenção para evoluir suas práticas de compliance.

Já em relação à implementação do Compliance, 91% das empresas participantes afirmaram que já possuem programas de compliance implementados, sendo que 97% contam com códigos de conduta e 92% oferecem canais de denúncia independentes. Adicionalmente, 84% das organizações utilizam metodologias de investigação para apurar os relatos recebidos, o que reflete maior preocupação com a transparência e a integridade nas empresas no atual cenário organizacional.

O estudo revelou que os recursos destinados ao compliance também cresceram. Atualmente, 74% dos executivos aprovam orçamentos específicos para essa área, o que demonstra um maior comprometimento com o tema.

Mais de 80% das empresas implementaram programas de treinamento e comunicação, que focam em temas como ética, anticorrupção, segurança cibernética e gerenciamento de riscos.

Por fim, observou-se que a tecnologia tem sido cada vez mais utilizada em atividades relacionadas ao compliance, dentre as quais estão como ferramentas destacadas, os canais de denúncia, análise de dados e gestão de terceiros.

O aumento da aplicação de práticas de compliance reflete uma crescente conscientização sobre a importância da ética e da transparência nas organizações: no entanto, os desafios de implementação, como a resistência cultural, a necessidade de treinamento adequado e a adaptação às constantes mudanças regulatórias, ainda representam obstáculos a serem enfrentados. 

A pesquisa mostra, no entanto, que o Compliance não deve ser encarado como uma tendência passageira, mas sim como um pilar essencial para a sustentabilidade e integridade das organizações. 

Mais do que uma exigência normativa, o compliance consolida-se como uma prática estratégica, indispensável à construção de ambientes corporativos éticos e transparentes.

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